Roberto Santos: o outro lado do executivo de seguros

EXCLUSIVO – O Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul fechou o ciclo de palestras em comemoração aos 100 anos da entidade com um convidado muito especial: Roberto Santos. Mais leve, o executivo conversou com o público sobre temas do mercado e da sua vida pessoal, a forma como escolheu seguir depois de deixar o cotidiano do mundo corporativo.

Ele é presidente do Conselho da Confederação Nacional das Seguradoras e também do Conselho de Administração da Porto, companhia que presidiu até janeiro de 2024 e onde ainda atua em três comitês consultivos. Para esta transição de vida, Roberto Santos se preparou bem. Apesar de não ser místico, mas bastante religioso, ele vislumbra sua vida em ciclos de sete anos. Trabalhou durante 44 anos, em seis empresas de seguros diferentes.

O executivo acredita que ainda temos que enfrentar grandes desafios para chegar a 10% de participação do mercado de seguros no PIB brasileiro, como contempla o PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros). “O primeiro deles é o da comunicação, que começa com o uso de palavras mais acessíveis ao consumidor”. Ele também apontou o papel de liderança de narrativa que a CNseg assumiu durante a tragédia no Rio Grande do Sul. Foram quase R$ 6 bilhões em indenizações, em quase 50 mil eventos.

“Pessoalmente, falei com vários CEO’s de seguradoras para que eles liberassem os seus dados. É uma mudança de cultura que precisa acontecer também dentro do setor”, ressaltou.

Para ele, é fundamental que a sociedade conheça mais sobre o mercado. Afinal, o setor é credor de 30% da dívida pública do Governo Federal. Os países em que o seguro tem mais participação no PIB passaram por guerras ou situações extremas. No Brasil, por exemplo, os eventos climáticos serão cada vez mais frequentes, o que pode aumentar o interesse do público pelo setor.

DESENVOLVIMENTO DO SETOR DE SEGUROS
Entre os temas abordados pelo presidente da CNseg estavam o Open Insurance, o SRO e a atividade dos corretores de seguros, através da SPOC . Sobre o SRO, a CNseg criou a sua própria Registradora, a Nuclea (empresa de propriedade dos bancos), que deve começar a operar até o final de 2024, com o compromisso das seguradoras de contratarem os seus serviços.

Ele também falou sobre uma “licença poética” na reforma tributária, para que o mercado de seguros tenha condições especiais.

O mercado de seguros é bastante diferente de outras indústrias e ele acaba envolvendo as pessoas, porque ele vende proteção. “É algo muito nobre, com muita importância para a sociedade. Se fala muito sobre seguros e sobre as novas legislações”, reiterou Santos.

A tecnologia é um instrumento para construir a jornada do cliente. Porém, segundo Santos, é preciso transpassar o modelo mental vigente. Para o executivo, é preciso pensar na necessidade do cliente, e não na da empresa.

“É preciso construir jornadas que encantem os clientes, sejam eles consumidores, corretores ou até o público interno. A transformação digital não trata apenas da tecnologia. A construção de jornadas com o cliente no centro, é a grande aposta da transformação digital. A tecnologia é a ferramenta”, ensina Santos. A decisão pensada no cliente é a que vai perdurar no tempo.

Outro ensinamento do executivo é que preciso liderar pelo exemplo. Além disso, para construir a experiência positiva do cliente é preciso levar em consideração três palavras: Simplicidade, Velocidade e Resolutividade.

Por fim, Santos mostrou que em sua carreira praticou outras três palavras  que considerou como sua missão: justiça, coragem e desprendimento. “Eu sou um cara do bem, gosto de ver as pessoas crescerem. Se em 5% das pessoas aqui ecoar alguma coisa, já valeu a pena a minha palestra”, finalizou.

CICLO DE PALESTRAS

O presidente do Sindseg PR/MS, Altevir Dias do Prado, aproveitou a abertura do evento para falar das realizações da entidade, desde a sua relação com a sociedade e órgãos oficiais até as comemorações dos 100 anos do Sindicato.

Além disso, no evento realizado no Hotel Raddisson, em Curitiba, na noite de ontem (13), foi entregue mais duas comenda Rosácea Paranista. Altevir Prado explicou que a comenda foi criada para reconhecer pessoas proeminentes do setor. A comenda é formada por um rosa de pinhões, com o novo logo do Sindseg, sustentada por dois ramos que também estão na bandeira do Estado (café e araucária).

“Queremos reconhecer duas pessoas que impulsionaram a cultura do Paraná e o mercado segurador”, anunciou Altevir do Prado. Os homenageados foram José Heitor Martins da Silva, fundador da Rede Lojacorr e o palestrante da noite, Roberto Santos.

Ulisses Ferreira Caldeira, Ramiro Fernandes Dias, José Heitor da Silva, Altevir do Prado, Mauro Luiz Frogel Filho e Roberto Santos

Kelly Lubiato, de Curitiba/PR

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