Seguro de vida no planejamento financeiro

Por Victor Bernardes*

Nunca se falou tanto sobre seguro de vida de 2020 pra cá – e isso se deve muito por conta da pandemia de covid-19. O produto, desde então, tornou-se mais popular nas mais diferentes faixas etárias e classes sociais. Outro fato diz respeito à maior conscientização da população em relação ao fato do seguro de vida ser uma ferramenta essencial para garantir estabilidade financeira e proteção diante de desafios e incertezas. Ou seja, seu uso em vida – e não somente em casos de morte. 

É prudente incluir um seguro de vida no planejamento financeiro, pois ele não só protege contra imprevistos como doenças graves, acidentes, invalidez ou morte precoce, mas também oferece suporte financeiro em momentos críticos, permitindo ao segurado ou seus dependentes a manutenção do padrão de vida planejado.

Trata-se, portanto, de uma ferramenta indispensável para manter o padrão familiar em situações inesperadas e garantir, também, assistência no tratamento de doenças graves, suporte durante afastamentos do trabalho e composições de renda em momentos de incapacidade temporária.

A diferença cultural entre o Brasil e países desenvolvidos em relação à adesão ao seguro de vida é notável. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep),  apenas 15% da população ativa no país possui algum tipo de seguro de vida, apesar de leve tendência de crescimento, enquanto em países desenvolvidos esse número pode chegar a 90%. Nos últimos quatro anos nota-se uma maior conscientização sobre a importância dessa proteção, gerando uma mudança gradual no entendimento do risco e na valorização de recursos que podem ser fundamentais em momentos de crise.

Diante desta janela de oportunidades e pela compreensão da importância de investimento no seguro de vida, o mercado vem aprimorando as prateleiras de produtos, na busca por benefícios que tragam a percepção de valor aos seus clientes, inclusive criando oportunidades para a inclusão das classes C,D e E na tentativa de derrubar uma barreira que ainda existe, seja pela cultura do imediatismo ou por uma cultura de educação financeira ainda incipiente no país. O mercado segurador, em geral, está unido no propósito de ajudar a população brasileira a atentar para o assunto. Exemplo disso é o movimento de conscientização “Minha Vida Protegida”, que conta com profissionais-embaixadores da área em diversas regiões do país.

O seguro de vida se destaca também por ser uma solução flexível, que pode ser ajustada conforme as necessidades e a capacidade financeira de cada família. Além disso, por não fazer parte da herança e não entrar em inventário, ele é uma estratégia eficaz para proteger o patrimônio, evitando burocracia e custos adicionais, enquanto otimiza a gestão de recursos e reduz impactos fiscais.

Em suma, o seguro de vida é uma área cheia de oportunidades no Brasil, ainda pouco explorada e com um grande potencial de crescimento, especialmente à medida em que mais pessoas passam a reconhecer sua importância e os benefícios que ele pode oferecer tanto em vida quanto após o falecimento do segurado.

*Victor Bernardes é diretor de Vida e Previdência da SulAmérica

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