EXCLUSIVO – De acordo com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a inadimplência entre os brasileiros alcançou o maior nível histórico já registrado: 77,9% da população possui alguma restrição no nome. O último levantamento do Serasa mostrou que, até abril, 71,4 milhões de pessoas estavam endividadas.
Além disso, uma pesquisa da Deep Center mostrou que a chance de o brasileiro recuperar uma dívida ou parcela em atraso em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%. Contudo, essa probabilidade cai para menos de 5% em uma dívida acima de seis meses. Dados como esses demonstram a importância do seguro prestamista, produto que visa auxiliar nos momentos em que o segurado está passando por uma dificuldade financeira.
O seguro prestamista cobre a quitação de dívidas junto às instituições financeiras, em caso de morte ou invalidez do segurado, empréstimos pessoais e consignados, prestações de consórcios, dívidas de cartões de crédito e relativas a crédito estudantil, além da cobertura de cheque especial ou de saldos em aberto em crediários e financiamentos de bens ou outros compromissos que envolvam crédito financeiro, conforme as condições estabelecidas no contrato. O pagamento da apólice pelo consumidor final pode ser feita mensalmente ou à vista.
Com o aumento da inadimplência, mais brasileiros estão buscando o produto. Segundo dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), a procura pelo seguro prestamista alcançou R$ 4,2 bilhões nos três primeiros meses do ano, 16,1% em comparação com mesmo período de 2022. “As pessoas têm percebido que o seguro prestamista pode ajudar a proteger as conquistas que cada um tem, contribuindo assim para o planejamento financeiro individual e familiar, temas que a sociedade brasileira ainda precisa avançar”, diz Luís Reis, diretor executivo de Parcerias da Zurich.
De acordo com o executivo, nos três primeiros meses do ano a empresa apresentou crescimento de 9,4% em prêmios na carteira, quando comparado ao primeiro trimestre de 2022. Reis afirma que, pelas particularidades do seguro prestamista, geralmente atrelado a empréstimos e cartões, a seguradora opta por fazer a distribuição do produto por meio de diversas parcerias. “Acabamos de firmar parceria com a OMNI1, joint venture entre o Grupo Wiz Co e o Grupo Omni, para a distribuição do seguro prestamista e outros produtos”.
Na Brasilseg, houve crescimento de 82,4% nos prêmios emitidos do seguro prestamista no primeiro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período em 2022. Para Hugo Ofugi, superintendente de produtos Vida da empresa, a expansão do produto foi impulsionada pelo maior volume de vendas e redução do cancelamento, tendo como fator principal uma maior conscientização quanto à importância dos seguros. “Qualquer crescimento sustentável de mercado deve ser baseado na percepção de valor que o cliente tem pelo produto. Para isso, os players devem se concentrar em oferecer o seguro prestamista de forma transparente e com coberturas que realmente façam sentido a quem compra”.
Segundo Ofugi, é possível que haja sim um crescimento na procura por seguros no contexto de expansão econômica, especialmente considerando que a base de crédito tende a acompanhar esse crescimento. Entretanto, o executivo reforça que não necessariamente o seguro prestamista será utilizado para acesso ao crédito, salvo naquelas operações que exigem garantias. “Apesar disso, acredito que o seguro prestamista tenha um futuro promissor no mercado brasileiro, considerando a possível retomada econômica do país, a baixa penetração atual do setor e o fato de ser um produto relativamente simples de ser entendido em relação a outros que são vendidos de forma avulsa”.
Nicole Fraga
Revista Apólice
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