WTW apresenta ferramenta para mapear impactos climáticos na América Latina

Desde o seu lançamento em 2021, a WTW, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, está implementando uma iniciativa inovadora para apoiar os Bancos Nacionais de Desenvolvimento (BND) na identificação de “pontos críticos” relacionados a impactos climáticos potenciais. Essa iniciativa é focada na América Latina, especificamente no Brasil, México e Colômbia.

A ferramenta, conhecida como HeatMapR, foi projetada para permitir uma análise abrangente, refletindo quais são os pontos críticos nos mais diversos setores, resultados dos impactos climáticos tanto atuais quanto os futuros (até 2030 e 2050). Esta análise abrange dois cenários climáticos, incluindo um de altas emissões. Por meio desta ferramenta, a pontuação de risco regional por setor e subsetor é calculada, fornecendo aos BNDs informações valiosas para avaliar investimentos em profundidade e entender melhor como um clima em constante mudança pode afetá-los.

Um exemplo do uso da HeatMapR foi o exame da carteira de investimentos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do FIRA, um banco nacional de desenvolvimento do México. Esse levantamento incluiu uma análise detalhada das localizações de investimento, até mesmo em nível municipal, levando em consideração ameaças específicas relacionadas a essas localizações. A análise também capturou a vulnerabilidade de investimentos em subsetores, levando em conta características intrínsecas, como a dependência de energia ou recursos naturais.

Além de analisar os setores de maior risco dos BNDs, a ferramenta oferece uma visão profunda sobre como ameaças climáticas específicas, como secas na agricultura, podem resultar em impactos físicos, como a perda de colheitas, e eventualmente afetar os negócios gerados pelos clientes.

A HeatMapR também oferece recomendações para aumentar a resiliência climática em setores vulneráveis, sugerindo aos BNDs que financiem investimentos em adaptação climática. Essa abordagem inclui a expansão das linhas de crédito existentes em condições favoráveis e a promoção de assistência técnica para ajudar os clientes a adotar tecnologias e práticas que aumentem a resiliência.

A colaboração técnica com BDMG e FIRA foi complementada por programas de capacitação destinados a equipar o pessoal dos bancos com conhecimentos sobre riscos climáticos e oportunidades de investimento resilientes. Esta abordagem sistemática, desde a seleção de portfólios até a identificação de investimentos resilientes, ajuda os BNDs a cumprir sua missão, mesmo diante dos desafios apresentados pelas mudanças climáticas.

Alejandro Contreras, diretor associado de Clima e Resiliência da WTW, enfatizou a importância da ferramenta. “A quantificação do risco climático físico a nível de ativos é um passo analítico fundamental, que pode ser realizado para a maioria dos setores expostos. Com isso, é possível identificar perdas financeiras que podem ser mitigadas por meio de investimentos destinados a aumentar a resiliência climática dos ativos”, explica o executivo.

Essa abordagem inovadora e prática é um passo importante na direção de uma gestão eficaz dos riscos climáticos, garantindo que os BNDs possam continuar a cumprir seu papel essencial, independentemente das condições climáticas em constante mudança.

N.F.
Revista Apólice

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