Novas diretrizes da ANS pedem inovação no setor de saúde

No último mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou em seu portal os dados econômico-financeiros relativos ao 1º trimestre de 2024. As informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras de benefícios à ANS demonstram que o setor registrou lucro líquido de R$ 3,33 bilhões.

Embora o segmento, no geral, tenha apresentado crescimento e mostrado recuperação econômica, o cenário continua desafiador, já que 82,5% das receitas advindas das mensalidades pagas pelos usuários são utilizadas com despesas assistenciais, tornando as operações financeiramente inviáveis. Para ajudar a compensar o déficit, há duas semanas, a ANS fixou o reajuste para o período em 6,91%.

Enquanto tramita no Congresso o projeto de lei que pretende alterar as regras do setor, 2024 registra a saída de grandes seguradoras internacionais de saúde do Brasil, prejuízo operacional dos planos e falência de gigantes do setor, deixando mais de 5 milhões de pessoas sem assistência imediata.

Modelos alternativos emergentes

Se para as operadoras e planos a situação é tensa e desafiadora, o cenário impulsionou o crescimento dos modelos alternativos de prestação de serviço.

“Hoje as duas principais empresas de Cartões de Acesso atendem aproximadamente 50 milhões de usuários. Isso significa que o segmento detém uma parcela de mercado muito similar aos planos de saúde”, comenta Glaucia Saffa, CMO da TEM Saúde.

Há 20 anos atuando na construção desse novo mercado, a executiva não tem dúvidas de que essas empresas viabilizaram – e muito – o acesso aos serviços de saúde particular por valores mais viáveis e condições mais favoráveis para a população sem cobertura dos planos.

“A população aprendeu a consumir saúde. Hoje as pessoas sabem que podem recorrer ao atendimento particular com preços populares para serviços como consultas e exames diagnósticos – onde estão as maiores filas do SUS. Esse é um modelo muito saudável, que desonera o sistema público e não concorre com as operadoras”, completa a executiva.

Sobre a relevância e maturidade do setor, a diretora afirma que os números falam por si. “Fechamos 2023 com mais de 6MM de usuários ativos e para 2024 esperamos chegar a marca de 10MM. O resultado está diretamente relacionado à venda de upsell dos novos serviços de atenção primária e da entrada em novos canais de distribuição, como os bancos digitais. Isso é reflexo do aumento da demanda por serviços de saúde.” finaliza Glaucia Saffa.

The post Novas diretrizes da ANS pedem inovação no setor de saúde appeared first on Revista Apólice.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima