De acordo com o Relatório do Fórum Econômico Mundial, os extremos climáticos representam os maiores riscos para as empresas em 2024. Tempestades severas, ondas de calor intensas, incêndios florestais e outros fenômenos climáticos estão se tornando mais frequentes, resultando em impactos econômicos diretos. Empresas enfrentam altos custos de reparação, interrupção na distribuição de produtos e perdas financeiras em operações comerciais. Além disso, há crescente pressão de consumidores e reguladores para que as empresas abordem esses riscos de maneira mais eficiente.
Vinícius Oliveira Cecaroli, diretor da PwC Brasil, diz que empresas de grande porte já discutem essas questões nos conselhos de administração, focando em como estão preparadas para gerenciar riscos e abordar questões de sustentabilidade. “Estamos vendo uma demanda regulatória intensificada para a gestão de riscos climáticos, com maior exigência de divulgação das ações mitigadoras”, pontua.
Maria José Cury, sócia da PwC Brasil, cita resultado de uma pesquisa da PwC e o Instituto Locomotiva segundo a qual a maioria dos brasileiros reconhece a influência das mudanças climáticas em suas vidas, com 87% acreditando que a tendência é que a população seja cada vez mais afetada.
De acordo com a pesquisa que ouviu 1.500 pessoas entre 26 de março e 10 de abril, 18% tiveram a casa invadida por enchentes e 63% têm receio de ter a casa invadida pela água. O levantamento também revela que 74% temem sofrer alagamentos na rua em que moram ou trabalham.
Impactos no setor de seguros
O setor de seguros tem sentido fortemente as perdas decorrentes de desastres naturais. No Brasil, a situação é diferenciada devido ao baixo índice de seguros contratados. “O mercado de seguros brasileiro ainda tem muito espaço para crescimento, tanto em produtos quanto na conscientização da população sobre prevenção”, explica Maria José Cury, sócia da PwC Brasil.
Vinícius Oliveira revela que especialistas debatem a necessidade de conscientização do mercado de seguros sobre boas práticas e modelos factíveis para gestão de riscos climáticos. “Os dados mostram que não podemos mais usar apenas históricos para projetar eventos futuros. Precisamos de metodologias mais específicas, considerando projeções de aumento de temperatura e nível do mar”, comenta.
Os efeitos climáticos representam um desafio significativo para o setor de seguros. A combinação de tecnologias avançadas, desenvolvimento de novos produtos e uma abordagem colaborativa com governos e consumidores será crucial para garantir a sustentabilidade e resiliência do setor. A conscientização e a transparência nas ações mitigadoras são fundamentais para que as seguradoras desempenhem seu papel na proteção da sociedade contra os impactos das mudanças climáticas.
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