EXCLUSIVO – O Brasil é o segundo colocado no ranking de ataques cibernéticos na América Latina, com 100 bilhões de tentativas, atrás apenas do México, com 187 bilhões de tentativas. A informação foi dada pelo diretor da CNseg, Alexandre Leal, no segundo dia da Oficina Brasil Fides de Inovação em Seguros: intercâmbio de oportunidades e experiências em ESG e riscos cibernéticos.
Leal destacou que os riscos cibernéticos permeiam todas as operações de seguros, seja como empresa que corre o risco ou como provedora de capacidade. “O cenário dos riscos cibernéticos evoluiu rapidamente por conta da digitalização dos processos e, também, foram agravados pela pandemia”.
Os incidentes e interrupções podem levar a perdas financeiras comparadas às tragédias climáticas. Isto demonstra porque o sistema tem a necessidade de atuação imediata.
Segundo Leal, a falta de clareza na categorização dos crimes cibernéticos, assim como a natureza sistêmica dos eventos, em vários setores e empresas, são desafios para o setor. “Em tempos de ChatGPT, advogados e atuários estão com o emprego garantido”, brincou Leal.
O tema de riscos cibernéticos preocupa muito o setor financeiro. Bento Filho, coordenador de tecnologia de informação da Febraban, apresentou o Laboratório de Segurança Cibernética da Febraban, cuja criação foi motivada pelo aumento dos ataques, que são diferentes de fraudes e golpes. O ataque cibernético é a tentativa de invasão a sistemas e redes com o objetivo de roubo de dados, danos ou destruição. As fraudes e os golpes são atos de má-fé com objetivo de fraudar ou ludibriar alguém.
A previsão das ameaças em segurança cibernética passam por DDOS, phishing, ransonware, supply chain, insider, zero-day e spoofing. “O ataque mobile é uma das modalidades que mais crescem, com especial atenção para os aparelhos que utilizam a estrutura Android. Há vários indícios de malware instalados em aparelhos que permitem o espelhamento de tela. A vulnerabilidade é do dispositivo”, sentenciou Bento Filho, acrescentando: “O Brasil é pioneiro em fraudes”.
O Laboratório foi criado para atender as demandas e ações em prevenção, identificação e combate ao crime digital, e é o primeiro Centro feito pelo sistema financeiro.
Os bancos investem R$ 30 bilhões em tecnologia e 10% são direcionados para a segurança, física e digital. “O Laboratório faz uma análise para elevação da maturidade em segurança cibernética de prestadores de serviços relevantes, levando em conta as melhores práticas para o sistema financeiro. Há pilares de treinamento, identificação, padronização e inovação”, completou Bento Filho.
Kelly Lubiato
Revista Apólice
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