As insurtechs, startups que desenvolvem soluções tecnológicas para o mercado de seguros, devem figurar entre os grandes beneficiários da nova realidade trazida pelo Open Insurance, é o que aponta Lorain Pazzetto, head de Estratégia Digital de Finance na FCamara.
“As seguradoras mais tradicionais enfrentam alguns desafios para aderir ao Open Insurance, tendo muitas vezes que redesenhar arquiteturas sensíveis de sua operação para isso. As insurtechs, por sua vez, já nascem com tecnologias atualizadas e comunicações estabelecidas por meio de APIs, facilitando essa adaptação. Essas startups certamente terão papel relevante na movimentação do mercado e prevejo, inclusive, seguradoras maiores vendendo seus serviços, que estarão habilitados via APIs, para as próprias insurtechs, que estarão na ponta construindo uma experiência digital bem mais nichada com o cliente”, comenta o executivo.
O Open Insurance, sistema de compartilhamento de dados aplicado ao mercado de seguros, seguindo a lógica do Open Finance, está em sua segunda fase de implementação, que começou no mês passado e tem previsão para durar até julho de 2023, onde começa então a terceira e última fase.
Pazzetto destaca três grandes benefícios do novo sistema para as insurtechs:
Ofertas hiper-personalizadas
Com o compartilhamento de dados, será possível surpreender os consumidores com ofertas personalizadas e mais aderentes às necessidades deles. “De posse de informações como sinistralidade, pontualidade e fidelidade de um cliente, será mais fácil aceitar e precificar o risco de forma atraente e construir ofertas de coberturas e garantias mais adequadas ao perfil de cada consumidor”, comenta Pazzetto.
Decisão baseada em dados
A inteligência de dados é um diferencial e no Open Insurance isso ganha um peso maior. Existem grandes oportunidades a serem exploradas a partir de decisões baseadas em dados, como construir experiências personalizadas com uma visão holística do segurado; aumentar as receitas por meio do desenvolvimento de produtos sob medida, atraindo novos clientes e aprofundando a relação e a fidelidade dos outros; reduzir o risco e melhorar as funções de conformidade com análises que aumentam a precisão na detecção de incidentes e comportamentos adversos.
Aumento da carteira de clientes
Conhecendo detalhes do cliente de uma concorrente, é possível ofertar coberturas e serviços diferenciados, o atraindo para a portabilidade. Combos de ofertas poderão ser formatados dinamicamente, com ramos elementares, vida, capitalização, previdência e saúde, tudo em um único pacote. “Poderemos ainda disponibilizar mecanismos para ativar e desativar coberturas pontualmente, conforme a necessidade, e introduzir conceitos de gamificação para oferecer descontos ou serviços. Tudo isso tende a favorecer a retenção e a fidelização”, conclui Pazzetto.
N.F.
Revista Apólice
The post Open Insurance: Segunda fase gera grande expectativas para insurtechs appeared first on Revista Apólice.